O presidente Jair Bolsonaro recebeu duras críticas do padre Edson Adélio Tagliaferro.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu duras críticas do padre Edson Adélio Tagliaferro durante missa na Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, em Artur Nogueira (SP). O pároco afirmou que Jair Bolsonaro “não presta” e que seus eleitores deveriam se confessar pelo pecado de terem votado nele.

Em missa realizada na última quinta-feira (02), o padre rezou pelos mortos, incluindo as vítimas da COVID-19, e afirmou que Jesus morreu crucificado por “dizer a verdade”, antes de reclamar do governo de Jair Bolsonaro pela má gestão da pandemia do novo coronavírus. Mesmo sendo alertado por fiéis e até pela própria mãe, Edson Adélio Tagliaferro não economizou no tom crítico ao presidente.

“Se a gente está vendo, por exemplo, que o governo não presta, o padre não pode falar que o governo não presta porque o povo não quer ouvir isso?”, questionou o padre Edson Adélio Tagliaferro, chamando Jair Bolsonaro de “bandido” e seus eleitores de “pecadores”. “Um país que já chegou a 60 mil mortos pela pandemia, e não temos um ministro da Saúde. Vocês querem que eu fale o quê? Aquilo que todos falam, ‘ah, ele não trabalha porque não deixam ele trabalhar’. Não! É porque ele não presta. Jair Bolsonaro não vale nada! E quem votou nele devia se confessar, pedir perdão a Deus pelo pecado que cometeu, porque elegeu um bandido para pôr de presidente”, prosseguiu o padre Edson Adélio Tagliaferro.

O padre ainda alertou para a “destruição do país”, negou temer ameaças e citou como exemplo de coragem a missionária norte-americana Dorothy Stang, assassinada em assentamento no Pará em 2005.

“Não quero sofrer represália nenhuma, não é essa a minha intenção de jeito nenhum. Só que a verdade é a verdade, e, como disse Jesus, proclamem sobre os telhados aquilo que é verdadeiro. Não tenho medo. Coragem, disse Jesus no Evangelho de hoje. Coragem! Isso é difícil, sim. É muito difícil, mas nós precisamos acordar e nos despertar para aquilo que está acontecendo no nosso país, a destruição do nosso povo, que vai aos postos de saúde e são destratados. É uma pena que estejamos nesta situação. Não precisaríamos disso, mas não é fácil, nós sabemos disso”, complementou Edson Adélio Tagliaferro.