Segundo dados do Censo divulgado pelo IBGE o número de união homoafetiva cresceu 727% em 12 anos no Brasil.

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A união homoafetiva passou a ser reconhecida no Brasil em 2011, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que equiparou os direitos das uniões entre pessoas do mesmo sexo às uniões heterossexuais. Dois anos depois, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que todos os cartórios do país registrassem casamentos homoafetivos, proibindo qualquer recusa por parte dos oficiais.

Segundo dados do Censo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de uniões homoafetivas no Brasil aumentou 727% entre 2010 e 2022. O levantamento mostra que o total passou de 58 mil para 480 mil casais, o que representa 0,7% das unidades domésticas do país. Em 2010, essa proporção era de 0,1%. A pesquisa considera pessoas com 10 anos ou mais e não inclui moradores de terras indígenas. Do total registrado em 2022, 58% das uniões foram formadas por mulheres e 42% por homens, indicando uma predominância feminina entre os casais homoafetivos. Quando analisado o perfil racial, 47,3% dos casais se declararam brancos, 39% pardos e 12,9% pretos. Entre as mulheres, o grupo de pretas tem a maior proporção em relação à sua população (1,7%), enquanto entre os homens o maior percentual é de indígenas (1,3%), seguidos por brancos e pretos, ambos com 1%.

A maior parte das uniões tem caráter consensual, ou seja, não formalizada em cartório, representando 77,6% dos casos. Já 13,5% são casamentos civis, 7,7% combinam cerimônias civis e religiosas e 1,2% são apenas religiosos. Já em relação ao nível de instrução, 42,6% têm ensino médio completo ou superior incompleto, e 31% possuem ensino superior completo. Regionalmente, o Sudeste concentra quase metade das uniões homoafetivas do país, com 48,1% do total. O Nordeste aparece em segundo lugar, com 22,1%, seguido pelas demais regiões.